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This article aims to analyze the occurrence of facts that escape from the conventional empirical reality in the work A bolsa amarela, by Lygia Bojunga Nunes, from the perspective of the genre Marvelous. In the fictional text it is possible to notice the recurrence of magic elements populating the narrative environment in a natural way where animals and objects undertake the characteristic of speaking and interacting with the protagonist, mixing the real and fantasy to compose the narrative. In this perspective, a critical-interpretive reading of the implausible presence as a questioning mechanism of the social behavior models imposed on Brazilian society, especially women, will be proposed for this analysis. In this work Lygia addresses the internal and external conflicts of the character through secret friends, anthropomorphized animals and magical objects to question pre-established or stereotyped social roles, becoming the supernatural element in the narrative a way for the author to contest cultural practices of behaviors fruits of social models sculptured in a patriarchal system of organization and dominating relations, enabling through this action to give to the work a challenging and innovative literary view.
O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise sobre a ocorrência de fatos que fogem à convencionalidade da realidade empírica na obra A bolsa amarela, da escritora Lygia Bojunga Nunes, a partir da perspectiva do gênero Maravilhoso. Na citada obra é possível perceber a recorrência de elementos mágicos povoando o ambiente narrativo de maneira natural onde animais e objetos assumem a característica de falar e interagir com a protagonista, misturando o real e a fantasia para compor a narrativa. Nesta perspectiva, será proposta para esta análise uma leitura crítico-interpretativa da presença do inverossímil como um mecanismo questionador dos modelos de comportamento social impostos à sociedade brasileira, em especial à mulher. Na referida obra Lygia aborda os conflitos internos e externos da personagem por meio de amigos secretos, animais antropomorfizados e objetos mágicos para questionar os papéis sociais pré-estabelecidos ou estereotipados, passando a ser o elemento sobrenatural na narrativa uma forma da autora contestar práticas culturais de comportamentos frutos de modelos sociais moldados em um sistema patriarcal de organização e de relações dominadoras, permitindo através deste recurso dar à obra um olhar literário contestador e inovador
