Bruno Oliveira Maroneze, Ieda Maria Alves
Neste trabalho, procuramos verificar a inserção de um conjunto de neologismos em cinco dos mais importantes dicionários online do português brasileiro contemporâneo. Para essa análise, selecionamos neologismos que se difundiram no português brasileiro a partir da década de 1990, neologismos esses que consideramos representativos do período histórico estudado e que são ainda empregados contemporaneamente. Três dessas obras constituem versões online de dicionários previamente publicados em papel, considerados bastante representativos do português brasileiro: o Grande Dicionário Houaiss, o Dicionário Caldas Aulete e o Dicionário Michaelis. Outras duas obras apresentam apenas versões online e constituem trabalhos mais recentes, de menor tradição: o Dicionário inFormal (obra inteiramente redigida por usuários) e o Dicio.com.br. Para cada um dos dicionários analisados, verificamos a presença dos neologismos hiperinflação (e derivados), tucano (e derivados), peessedebismo/peessedebista, petismo/petista, fake e fake news (estes últimos de difusão mais recente no Brasil), bem como a inserção de elementos morfológicos formadores de neologismos (o prefixo super- e os sufixos -ismo e -ista). Os resultados indicam que os dicionários com correspondente versão impressa aparentam ser mais criteriosos na inserção de neologismos; já os dicionários inteiramente online introduzem quantitativamente mais neologismos, embora pareçam menos rigorosos em seus critérios. Destacamos também que, para a inclusão de um neologismo nos dicionários, o critério da frequência deve ser aliado ao critério da sua relevância histórico-social.