The present article focuses on The Double, deliberately turning away from the literary motif that Saramago appropriates to denaturalize and expose the constructedness of dominant masculinity and its apparatuses of social and symbolic reproduction. The analysis sheds light on the functioning of several of such instruments, as dramatized in the novel: the name as original language; popular cinema; and common senses inherited from the oral tradition. The final section discusses the critical commentary that accompanies the narrative in dialog with contemporary critiques of masculine gender privilege.
O presente artigo enfoca-se em O homem duplicadodesde uma perspetiva que de modo deliberado se afasta do motivo literário do duplo, de que Saramago se apropria para desnaturalizar e expor a construção da masculinidade dominante bem como os seus aparatos de reprodução social e simbólica. A análise ilumina o funcionamento dos mesmos, conforme a sua dramatização no romance: o nome como língua original; o cinema popular; e os sensos comuns herdados da tradição oral. A secção final aborda o comentário crítico que acompanha a narrativa em diálogo com críticascontemporâneas do privilégio masculine do género.