Los textos que conforman el corpus de la escritura mística femenina sostienen una conversación o intercambio fluido y constante con lo divino que cada escritora entiende a su manera. Aunque no existe un registro escrito que recoja el diálogo que la poeta costarricense Eunice Odio sostuvo con Dios, es posible rastrear y recoger las huellas de ese diálogo en su correspondencia con el editor venezolano Juan Liscano, en la cual la experiencia de lo sobrenatural y lo divino pulula y atraviesa los comentarios personales y profesionales. Las cartas de Odio en las que se concentra este artículo se relacionan con una tradición que se remonta a las escritoras beguinas del siglo XIII, e insisten en que el lenguaje y la estética de la mística judeocristiana han funcionado y funcionan aún para algunas poetas latinoamericanas hambrientas como estrategias posibles para decir sobre sí mismas, sobre sus cuerpos y sus mundos.
Os textos que compõem o corpus da escrita mística feminina mantêm uma conversa ou troca fluida e constante com o divino que cada escritora compreende à sua maneira. Embora não exista nenhum registro escrito que revele o diálogo que a poetisa costarriquenha Eunice Odio teve com Deus, é possível rastrear e coletar os vestígios desse diálogo em sua correspondência com o editor venezuelano Juan Liscano, em que a experiência do sobrenatural e o divino fervilha e percorre comentários pessoais e profissionais. As cartas de Odio nas quais este artigo se concentra referem-se a uma tradição que remonta aos escritores beguinos do século XIII e insistem que a linguagem e a estética do misticismo judaico-cristão funcionaram e ainda funcionam para alguns poetas latino-americanos famintos como possíveis estratégias para dizer sobre si mesmos, sobre seus corpos e seus mundos.
: The texts that constitute the corpus of feminine mystical writing maintain a fluid and constant conversation or exchange with the divine that each writer understands in her own way. Although there is no written record of the dialogue that the Costa Rican poet Eunice Odio had with God, it is possible to track and assemble the traces of those conversations through her correspondence with the Venezuelan editor Juan Liscano, where the experience of the supernatural and the divine runs through the personal and professional contents of the texts. Odio’s letters, which belong to a tradition that dates to the Beguine writers of the 13th century, insist that the language and aesthetics of Judeo-Christian mysticism have worked and still serve as strategies for some Latin American poets searching for new ways to discuss themselves, their bodies and their worlds.