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Márcia Seabra Neves
By resorting to animais as tropological equivalents of the human and as source of moral and religious teachings, medieval bestiaries are at the origin of a body of mystical and allegorical literature whose echoes still persist nowadays. Jorge Luis Borges, who wrote "El libro de los seres imaginarios" in 1967, is one of the contemporary authors who sought inspiration in the symbolic and imaginary universe of bestiaries in the process of literary creation. In this article, after sketching a critical overview of the genre, we seek to highlight the creative strategies of mimetic replication or subversive dislocation used by the Argentinean author in relation to the medieval zoological tradition.
Servindo-se dos animais como tropos do humano e fonte de ensinamentos religiosos e morais, os bestiários medievais estão na origem de uma literatura místico-alegórica, cujos ecos ainda hoje persistem. Jorge Luis Borges, com "El libro de los seres imaginarios" (1967), faz parte dos autores contemporâneos que se inspiraram do universo simbólico e imaginário dos bestiários para a criação das suas obras. Assim, após uma breve revisitação crítico-interpretativa do género. tentaremos indagar os mecanismos criativos de especularidade e/ou deslocamento subversivo do autor argentino relativamente à tradição wológica medieval.
