The present paper examines the oblique and deviating forms for meaning in the novel Zorros by José María Arguedas. In order to do so, we analyze the dialogue between two characters in one of the chapters. Our perspective considers the function metaphor can assume in a narrative text. Paul Ricoeur’s study on metaphor supports this reflection, as well as Walter Benjamin’s understanding of the translation as “languages plenitude”. It is also relevant the idea of translation as a way of restoring a bond. From our perspective, this wish for an expression that could dispense with mediations organizes the referred chapter. We aim to demonstrate that the effort for creating a ground through language counterbalances the obvious failure of this enterprise.
Partindo do diálogo entre dois personagens de um capítulo dos Zorros de Arguedas, intentamos investigar as formas transversas, oblíquas, da significação na linguagem do romance. Associa-se a este propósito, uma perspectiva que leva em conta a função da metáfora na narrativa. Amparamo-nos amplamente na reflexão desenvolvida por Paul Ricoeur sobre a metáfora, além de levar em conta a compreensão benjaminiana da tradução, que envolveria uma ideia de “plenitude das línguas”. Para a referida análise, assume relevância a ideia de uma tradução implicada no manifesto desejo do autor de restabelecer o vínculo perdido com as coisas. Esta aspiração de uma forma de expressar-se que dispensaria mediações, ao que nos parece, funciona como fio condutor na construção do capítulo estudado. Buscamos mostrar que o fracasso ao qual estaria condenado de antemão um ideal como este é contrabalançado pelo esforço laborioso da criação de um solo por intermédio da linguagem.