Dès son émergence en tant que langue écrite au service de cette poésie troubadouresque qui allait bientôt foisonner dans l’ouest et le centre de la Péninsule Ibérique, le galicien-portugais a fait l’objet d’une identification avec des formes de discours propres à la noblesse seigneuriale. La présente étude essaye de monter que, loin de se tarir au cours du XIIIe siècle, ce processus d’identification se prolonge pendant la première moitié du XIVe siècle, et manifeste ses pleines potentialités dans l’écriture du Comte Pedro de Barcelos. Cette perspective permet, d’un coté, de saisir des nuances de signification dans l’emploi alternatif du galicien-portugais et du castillan ; et, de l’autre, de mieux comprendre les choix politiques et idéologiques qui se déploient dans le triptyque d’œuvres aristocratiques que D. Pedro nous a laissées : le Livro das Cantigas, le Livro de Linhagens et la Crónica de 1344.
Tendo presente o modo como o Galego-Português foi sendo objecto, desde os primórdios da sua escrita, de uma identificação com formas de discurso aristocráticas, nomeadamente com o imponente fenómeno da poesia trovadoresca nesta língua, pretende-se mostrar que esse processo, longe de se esgotar ao longo do séc. XIII, se prolonga pelo século seguinte, atingindo plenamente a totalidade da obra de D. Pedro, Conde de Barcelos e permitindo, por um lado, detectar matizes de significado no uso alternativo do Galego-Português e do Castelhano, e, por outro, entender melhor o posicionamento político-ideológico de D. Pedro no tríptico que nos deixou: o Livro das Cantigas, o Livro de Linhagens e a Crónica de 1344.