Um balanço sobre os estudos arturianos peninsulares que incidem sobre os romances que obtiveram mais divulgação em ambiente castelhano e galego-português, dando conta dos fragmentos de códices arturianos recentemente achados, introduz um inquérito à recepção activa destes textos, restringida ao ambiente português até ao final da Idade Média. O objectivo foi apurar como eram lidos esses romances e que aspectos eram privilegiados nessa leitura, tendo sido revisitadas e, em alguns casos, reinterpretadas ocorrências do conhecimento do romance arturiano em prosa nos trovadores do final do século XIII e início do século seguinte, em D. Pedro, Conde de Barcelos, na Crónica do Condestabre, em Fernão Lopes e em Rui de Pina. A conclusão a tirar é que esses romances se agrupavam numa totalidade narrativa que corresponde ao conceito que actualmente temos do Ciclo do Pseudo-Boron.
Cet article propose en premier lieu un bilan sur les études arthuriennes ibériques consacrées aux romans les plus connus dans les domaines linguistiques castillan et galaïco-portugais et à la description et l’évaluation de l’importance des fragments de livres manuscrits arthuriens récemment retrouvés au Portugal. Dans un deuxième temps, il mène à bien une enquête sur la réception active de cette littérature au Portugal au Moyen Âge. Le but de ce travail est de comprendre dans quel sens ces livres ont été lus et quels aspects cette lecture privilégiait-elle. Les informations transmises par les troubadours de la fin du XIIIe siècle et du début du siècle suivant, par les œuvres du comte Pedro de Barcelos, par l’anonyme Crónica do Condestabre, par Fernão Lopes et par Rui de Pina ont été revues et parfois réinterpretées : de ces sources provenait la plupart des données qui permettent de conclure que ces romans se regroupaient dans une totalité narrative qui correspond à ce que nous appelons actuellement le Cycle du Pseudo Boron.