Coimbra (Sé Nova), Portugal
Voilée par un discours historiographique centenaire que répugnait l’idée d’une femme fondatrice du royaume du Portugal, Teresa, fille d’Alfonse VI, l’empereur d’Espagne, commence à s’affirmer historiquement comme une reine qui a gouverné le territoire selon une politique bien définie et qui a su trouver les instruments culturels adéquats pour poursuivre ses projets. Malgré son adhésion au programme clunisien d’implantation de la liturgie romaine dans ses domaines, sa bienveillance envers les milieux culturels mozarabes (notamment son soutien du projet de D. Telo concernant Santa Cruz de Coimbra et son patronage du traducteur Jean de Seville et de Limia), se détache comme un trait distinctif, et jusqu’à présent ignoré, d’action politique, qui s’avère peut-être plus cohésive qu’on ne le croyait.
Apesar de o discurso historiográfico tradicional, ao qual repugnava reconhecer o protagonismo de uma mulher no processo de fundação de Portugal, ter obscurecido a figura de Teresa, filha de Afonso VI e mãe de Afonso Henriques, uma releitura menos condicionada dos testemunhos da época revela-a como uma rainha que governou o território com uma política bem definida e que soube encontrar instrumentos culturais ajustados aos seus propósitos. A adesão às propostas cluniacenses e romanas relativas à liturgia a implementar nos seus domínios não excluiu a sua benevolência para com os meios moçárabes ou culturalmente afins (nomeadamente o apoio ao projecto de construção de Santa Cruz de Coimbra e o patrocínio do tradutor João de Sevilha e de Lima), que se destaca como um traço distintivo, mas até agora desconhecido, de uma acção política mais integradora do que se acreditava.