Rosane Maria Cardoso
This article highlights one of the recent cartoon productions. It is Improlijas memorias, debut novel by Argentinean researcher Carmen Perilli, which ranges from the last Argentine dictatorship (1976-1983) to the recent inquiries against the executioners of that time. Memory is the key to denouncing the oppressive environment experienced and the consequent state of fear and uncertainty of the population. The narrative presents facts and court documents about the dead and missing people, as well as being carried away by memories, through which it shows the impacts of the “guerra sucia” on the author herself. Alongside this, Carmen Perilli builds a fragmented, hybrid and particular narrative. It is argued, in this article, that the construction of this writing contributes to the elaboration of an emblematic memory about the traumatic events, as well as the way of producing the text, cartonería, enhances a voice of resistance againstauthoritarianism of any kind.
Este artigo destaca uma das recentes produções cartoneras. Trata-se de Improlijas memorias, romance de estreia da pesquisadora argentina Carmen Perilli, que abarca desde a última ditadura argentina (1976-1983) até os recentes inquéritos contra os algozes daquele tempo. A memória é a peça-chave para denunciar o ambiente opressor vivido e o consequente estado de medo e de incerteza da população. A narrativa apresenta fatos e documentos judiciais sobre os mortos e desaparecidos, assim como se deixa levar pelas lembranças, através das quais mostra os impactos da “guerra sucia” sobre a própria autora. A par disso, Carmen Perilli constrói uma narrativa fragmentada, híbrida e particular. Defende-se, neste artigo, que a construção dessa escrita contribui para a elaboração de uma memória emblemática sobre os eventos traumáticos, assim como o modo de produção do texto, a cartonería, potencializa uma voz de resistência contra o autoritarismo de qualquer ordem.