Acceso usuarios
[1]
Barcelona, España
O presente trabalho investiga o modo pelo qual a máquina literária do escritor Mario Bellatin gira em torno da possibilidade de habitar a própria ficção. Aqui, o problema é proposto a partir da leitura de três cenas construídas por Bellatin nas quais o deslocamento do problema da autoria para um problema comunitário estabelece uma tensão, no seio do universo ficcional bellatiniano, entre a potência imaginativa de construção de outros mundos possíveis e a proliferação de espaços abjetos e totalitários na sua obra. Sugere-se, por fim, que a articulação desses dois pólos em um mesmo gesto parece se constituir em termos de uma estratégia ficcional para a produção do fora no mundo contemporâneo.
O presente trabalho investiga o modo pelo qual a máquina literária do escritor Mario Bellatin gira em torno da possibilidade de habitar a própria ficção. Aqui, o problema é proposto a partir da leitura de três cenas construídas por Bellatin nas quais o deslocamento do problema da autoria para um problema comunitário estabelece uma tensão, no seio do universo ficcional bellatiniano, entre a potência imaginativa de construção de outros mundos possíveis e a proliferação de espaços abjetos e totalitários na sua obra. Sugere-se, por fim, que a articulação desses dois pólos em um mesmo gesto parece se constituir em termos de uma estratégia ficcional para a produção do fora no mundo contemporâneo.
Aquest treball investiga la forma com la màquina literària de l’escriptor Mario Bellatin gira al voltant de la possibilitat d’habitar la pròpia ficció. Aquí, el problema es proposa a partir de la lectura de tres escenes construïdes per Bellatin en les quals hi ha una dislocació del problema de l’autoria en favor d’un problema comunitari que estableix una tensió, en el si de l’univers ficcional bellatinià, entre la potència imaginativa de construcció d’altres mons possibles i la proliferació d’espais abjectes i totalitaris a la seva obra. Es suggereix, finalment, que l’articulació d’aquests dos pols en un mateix gest sembla construir-se en termes d’una estratègia ficcional per la producció d’un enfora en el món contemporani.
This article examines the way in which Mario Bellatin’s literary project revolves around the possibility of inhabiting one’s own fiction. It lays out the question through the analysis of three scenes by Bellatin in which the problem is displaced from individual authorship to a communal problem, thus establishing a tension that sits at the core of his fictional universe, one that straddles between the imaginative power of constructing other possible worlds and the proliferation of abject and totalitarian spaces. Finally, it suggests that the articulation of these two poles in a single gesture appears to constitute a fictional strategy for producing the contemporary out-of-this-world.
