Frederico Ranck Lisboa, Phellipy Jácome
Este artigo propõe uma análise do aparecimento de Eloísa Cartonera para compreender como experiências cartoneras atuam por uma reconfiguração do sensível (Rancière, 2017) ao inscreverem-se em uma disputa material e simbólica, utilizando-se da escrita como política de vida (Anzaldúa, 2000). O corpus em questão é formado por discursos autorreferentes e entrevistas coletadas que tratam de diversas experiências cartoneras — propostas editoriais alternativas que confeccionam livros em capas de papelão. Para nosso trabalho, recuperamos uma dimensão historicizante dessas práticas para contextualizar suas formas de questionamento e atuação. Empreendemos nossa pesquisa no sentido de entender como as cartoneras parceiras fazem, a partir de suas publicações, gestos políticos para poder dizer, ser e se fazer ver.
This article proposes an analysis of the appearance of Eloísa Cartonera in order to understand how cartonera experiences act towards a reconfiguration of the sensible (Rancière, 2017) by inscribing themselves in a material and symbolic dispute, using writing as a life policy (Anzaldúa, 2000 ). The corpus in question is made up of self-referential speeches and collected interviews that deal with various cartonera experiences — alternative editorial proposals that make books in cardboard covers. For our work, we recover a historicizing dimension of these practices to contextualize their ways of questioning and acting. understand how the cartoneras do, from their publications, political actions to be able to say, be and be seen.