Amanda Berchez, Katia Aparecida da Silva Oliveira
This study has as its hypothesis humor was the mechanismMax Aub managed in Manuscrito cuervo to narrate the traumas acquired on several occasions, addressing the burden carried from the experienced tragedies. Among them, the Spanish Civil War, during which he was labeled a “dangerous communist” and consequently sent to the concentration camp of Le Vernet. This helps us understand the author’s in-between condition (born in Paris, affiliated with Spain, returned to France as a prisoner of war and ultimately took refuge in Mexico), that seemed to represent an impossibility of belonging and situating his individuality. It was from this standpoint that he summoned a raven to record experiences, particularly of war, while also delving into related issues like exile and identity. Through humor, Aub breached the power and impenetrability of the horrors experienced at the hands of other “humans”, although he never entirely detached from them. Once a witness, always a witness.
Este estudo parte da hipótese de que o humor foi o mecanismo que Max Aub conseguiu eleger para, em Manuscrito cuervo, narrar os traumas contraídos em ocasiões várias, abordar o peso que carregou consigo das tragédias vivenciadas. Entre elas, a Guerra Civil Espanhola, em que ele foi classificado como “comunista perigoso” e, por isso, encaminhado para o campo de concentração de Le Vernet. Isso nos ajuda a entender a condição “entre-terras” do autor (que nasceu parisiense, se afiliou espanhol, regressou à França enquanto prisioneiro de guerra e, por fim, se refugiou no México), que mais pareceu ter sido prismada como impossibilidade de pertencimento e de situar sua individualidade. Foi donde reclamou um corvo para registrar experiências, em especial, da guerra, mas também adentrando problemáticas relacionadas, como exílio e identidade. Depreendemos que, pelo cômico, Aub violou a potência e a impenetrabilidade dos horrores que conheceu pelas mãos de outros “humanos”, embora nunca tenha disso se desvencilhado. Uma vez testemunha, sempre testemunha.