This article aims to analyze the novels Grande sertão: veredas (1956), by João Guimarães Rosa, and Los ríos profundos (1958), by José María Arguedas comparatively. Bearing in mind the recurrent discourse of Brazilian literary criticism about the universalism of Rosean regionalism and Arguedas' indigenism, throughout this article, the configuration of the narrator-character in both works will be analyzed to point out the "non-place" they occupy. In other words, not belonging to both the rural and regional environment and the cosmopolitan and urban environment does not require a synthesis that universalizes them since the strength of these novels lies precisely in the negative aspect that they demarcate in relation to Eurocentric culture.
Este artigo tem por objetivo analisar comparativamente os romances Grande sertão: veredas (1956), de João Guimarães Rosa, e Los ríos profundos (1958), de José María Arguedas. Tendo em vista o discurso recorrente da crítica literária brasileira sobre o universalismo do regionalismo roseano e do indigenismo de Arguedas, ao longo deste artigo analisaremos a configuração do narrador-personagem nas duas obras com o intuito de apontar o “não lugar” que eles ocupam. Ou seja, o não pertencimento tanto ao meio rural e regional, como ao meio cosmopolita e urbano, não necessita de uma síntese que os universalize, uma vez que a força desses romances está justamente no aspecto negativo que eles demarcam em relação à cultura eurocêntrica.