Brasil
This article, referring to the novel Our lady of the assassins, by Fernando Vallejo, analyzes the wandering movement of its narrator with the assassin Alexis as a movement of democratic expression conducted by literary writing. The democracy present in the narrative is far from a reflection on the social and political situation of real Colombia, as the democracy depicted by the narrator of Vallejo, once transposed into a literature writing that is developed en abyme, explores other resources only available in the fictional space, consequently creating a suitable democracy, a unique and fictional democracy. This article has as its main methodology the essays by writer Maurice Blanchot, who understands fictional space as a space with its own laws and rules, not simply a reflection of the real world.
Este artigo analisa, no romance A virgem dos sicários, de Fernando Vallejo, o movimento errante do seu narrador com o sicário Alexis enquanto movimento de expressão democrática exercida pela escrita literária. A democracia que se apresenta na narrativa em questão se distancia de uma reflexão sobre a situação social e política da Colômbia real, pois a democracia exercida pelo narrador de Vallejo, uma vez transposta para a escrita da obra literária que se desenvolve en abyme, explora outros recursos que somente o espaço ficcional pode oferecer, criando, consequentemente, uma democracia própria, singular, uma democracia ficcional. O artigo tem como base metodológica central os textos ensaísticos do escritor Maurice Blanchot, que compreende o espaço ficcional como um espaço de leis e regras próprias, e não apenas como um reflexo do mundo real.